Libia- A versão oculta pelos poderosos
Agora que destruíram a Líbia, aniquilaram o seu povo e riqueza, dá pra relembrar de uma realidade que a mídia ocidental ocultou, mas que testemunhas independentes e respeitadas viveram.
A seguir um relato do jornalista Georges Bourdoukan, que trabalhou na Rede Globo e conheceu a Libia de Muamar Kadafi, que há poucos dias foi assassinado e seu governo deposto pela Organização do Atlântico Norte (OTAN), comandada pelos Estados Unidos da América.
Leia o relato e tire suas próprias conclusões:
Para ler a série de artigos sobre a Libia acesse o
o Blog do Bourdoukan (AQUI)
A Líbia que eu conheci - 1
Nelson Mandela assim que foi libertado foi agradecer a Kadafi o seu apoio ao povo sul-africano contra o regime do aparheid.
Estive na Líbia em setembro de 1979, por ocasião do décimo aniversario da Revolução que levou Kadafi ao poder.
Me acompanharam na ocasião o cinegrafista Luis Manse e o operador de Nagra Nelson Belo, Belo ( por onde andarão?).
Estávamos ali pelo Globo Repórter, do qual eu era o diretor em São Paulo.
Primeira surpresa. O hotel, para onde o governo nos enviou, estava totalmente ocupado por diplomatas.
Perguntei ao embaixador do Brasil a razão dessa concentração.
A resposta me surpreendeu ainda mais.
Na Líbia de Kadafi, os aluguéis estavam proibidos.
Os líbios que não tivessem casa, era só solicitar que o governo imediatamente providenciava a construção de uma.
O pais era um imenso canteiro de obras.
E mais: Uma lei em vigor, A LEI DO COLCHÃO, determinava que, qualquer cidadão líbio que soubesse da existência de casa alugada, era só atirar um colchão no quintal que a casa passava a ser sua.
Inúmeras embaixadas sofreram com essa lei já que foram ocupadas por líbios.
O próprio embaixador me contou na ocasião que a embaixada brasileira não ficou imune a essa lei.
Um motorista líbio que ali trabalhava informou a um amigo que ainda não tinha casa, que a embaixada do Brasil era alugada.
Imediatamente esse amigo atirou um colchão e reivindicou a propriedade( uma mansão que pertencia a um italiano que retornou à Itália apos a subida ao poder de Kadafi).
O governo líbio precisou intervir para evitar maiores dissabores.
O Brasil acabou ganhando a embaixada e o líbio uma casa nova.
Isto tudo aconteceu na década de 70, quando a Líbia era uma potência riquíssima, com apenas 3 milhões de habitantes, em quase 1.800.000 quilômetros quadrados.
Os líbios, por lei, eram proibidos de trabalhar como empregados de estrangeiros.
O líbio que não quisesse trabalhar recebia o equivalente, valores de hoje, a cerca de 7 mil dólares por mês.
E mais: médico, hospital e remédios era tudo de graça.
Ninguém pagava escola e o líbio que quisesse aperfeiçoar seus estudos fora do país ganhava uma substancial bolsa.
Conheci muitos desses líbios na França, Itália, Espanha e Alemanha, e outros países onde estive como jornalista.
Parabéns
A decisão foi tomada durante a reunião sete integrantes de uma comissão composta por 16 representantes das comunidades. Acompanhados pelo vereador Lamé Smeili (PT do B), os moradores foram até o Paço Municipal a fim de entregar um abaixo-assinado pessoalmente ao prefeito. Os representantes disseram que o encontro foi adiado por quase um mês.
Segundo a presidente da Associação Pró-Moradia Nosso Lar Nosso Teto, Edna Lages da Silva, a petição foi elaborada durante o mesmo período que Almeida foi aguardado e teve apoio de cerca de três mil famílias, nas comunidades moram aproximadamente quatro mil. “Assim que tiver um resultado do MP [Ministério Público], o prefeito se comprometeu a ir à associação para falar com o povo”, destacou a presidente ao sair da reunião.
Reivindicação é legítima, diz Prefeitura
De acordo com a assessoria de imprensa, a Prefeitura “considera as reivindicações legítimas e já tomou as medidas jurídicas”, informa a nota à reportagem. A administração municipal tem como objetivo “resguardar o direito à moradia pleiteado pela população daquela região”, conclui o comunicado.
“Certamente essas pessoas não serão jogadas na rua. Elas terão moradias dignas”, afirma o vereador Lamé. O parlamentar acompanhou os moradores na reunião e aprovou a decisão do prefeito. Dentre as autoridades presentes, o secretário de Assuntos Jurídicos, Severino Filho, também esteve presente, relataram outros integrantes da comissão.