terça-feira, 9 de abril de 2013

VALE A PENA LER DE NOVO


O Brasil já não é mais uma senzala
Lamé Smeili - MARÇO DE 2011 NO DIÁRIO DE GUARULHOS
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Aconteceu o que já era esperado. Começou o bombardeio contra o acordo assinado entre o Brasil, Turquia e o Irã. Que o digam os seguintes humanistas: Noam Chomski – Filósofo e professor; Norman Finkelstein – professor e escritor, e Richard Falk – jurista e relator da ONU.
Os três têm em comum o fato de serem judeus íntegros e de acusarem Israel de crimes de guerra. Não se podia esperar outra coisa dos Estados Unidos. Desde o início eles fustigaram a diplomacia brasileira.
Acostumados com chanceleres que tinham por hábito tirar os sapatos por ordem de funcionários alfandegários de quinto escalão, não podiam se conformar com a altivez de Celso Amorim e a grandeza do presidente Lula.
O recado desses dois brasileiros era claro, claríssimo. Acabou o tempo da Casa Grande. O Brasil já não é mais uma senzala.
A arrogância dos Estados Unidos passou dos limites, a ponto de inúmeros jornais do mundo, como o britânico Guardian, afirmar que a atitude dos Estados Unidos “É um tapa na diplomacia dos emergentes”. E o Fígaro Francês afirmar que as grandes potencias não gostaram nada de “não serem consultadas”. E olha que os dois jornais são conservadores. Diria, reacionários.
A verdade é que Brasil e Turquia, ao conseguirem o acordo, simplesmente mostraram a inutilidade do Conselho de Segurança da ONU, cujos cinco membros estavam acostumados a determinar os rumos da humanidade, mas jamais a busca pela paz.
Resta agora esperar para ver até onde vai a arrogância dos antigos donos do mundo.
Com certeza, farão tudo para rasgar o acordo e buscar uma saída pela guerra. Nunca vi tanta vassalagem midiática.
Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez. Sim, estou falando do presidente Lula. Conseguiu trazer à mesa de negociação Mahmoud Ahmadinejad quando ninguém mais acreditava. Nem a ONU, nem os Estados Unidos e nem a Comunidade Europeia.
Mas Lula é um sertanejo e o sertanejo é, antes de tudo, um forte. Palavra de Euclides da Cunha. Assinado o acordo, o que acontece? Os donos do mundo, travestidos em cordeiros em pele de lobo, acionaram a mídia vassala, que não deixou por menos. Uivos e mais uivos. A baba fétida que soltavam tinha apenas um alvo, Lula, o brasileiro.
Como ele se atreve? Quem pensa que ele é? Durante uma semana o brasileiro não foi poupado. Bateu, vociferou e até amaldiçoou. Uma ou outra voz solitária tentava destoar do coro geral.
E aí veio a revelação bombástica. O acordo assinado nada mais era do que o desejado pelos donos do mundo.
Revelou-se a existência de uma carta secreta enviada pelo presidente Obama ao presidente Lula agradecendo seus esforços e desejando sucesso na missão impossível. No Brasil, a surpresa foi a espetacular subida da candidata de Lula, Dilma Rousseff. Isso confirma a liderança inquestionável do presidente (mas isso é outro assunto).
Então por que essa mudança repentina de Obama? Quem o pressionou para mudar de ideia? Talvez a resposta esteja com Henry Ford.
Procure e acharás! Que o digam os  torturados em Guantánamo.
Que o digam os torturados em Abu-Ghraib.
Que o digam os torturados em Bagram.
Pobre humanidade.
LAMÉ SMEILI é jornalista e vereador pelo PT do B em Guarulhos

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